Sucessos e Insucessos de Internacionalização – Parte 1
O artigo “Sucessos e Insucessos de Internacionalização” não refere nomes de empresas específicas em consequência da política de proteção de dados e de sigilo. Serão refletidas questões que ajudarão empresários brasileiros que querem avançar com o processo de internacionalização a partir de Portugal.
Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes, enquanto o Brasil tem cerca de 212 milhões. Isto não significa que existe menos público-alvo a atingir, muito pelo contrário. Vejamos o seguinte exemplo…
50% da população portuguesa usa acessórios, e dentro dessa percentagem, 70% são mulheres. Portanto, quando um dos clientes da ATLANTIC HUB se deparou com estes números e comparou o mercado brasileiro com o português, compreendeu que o público-alvo em Portugal é muito maior do que o que possuía no Brasil e que o seu produto não era tão atrativo no Brasil, por vários fatores, entre eles o poder de compra.
O Market Fit é um serviço da ATLANTIC HUB, que executa um diagnóstico preliminar sobre o ecossistema português. Tem como função o entendimento se o seu negócio tem lugar ou não no mercado pretendido e se, por exemplo, tem mais potenciais clientes em Portugal do que no Brasil. Sugere também qual o melhor caminho e o método para iniciar a internacionalização.
De acordo com Letícia Quental, Team Leader da ATLANTIC HUB, “o Market Fit ajuda a perceber se o produto é adequado ao mercado” e que a maior parte dos clientes acaba por solicitar a segunda etapa, o Atlantic Scale-Out.
O Atlantic Scale-Out é um estudo de mercado mais aprofundado e tem quatro fases: análise, “europalização”, matchmaking e go live. Neste serviço, os especialistas de análise de mercado da ATLANTIC HUB, verificaram que um produto principal de uma empresa não tinha espaço no mercado, “seria só mais um player em Portugal”, segundo Letícia Quental.
Outro exemplo…
Uma empresa de produtos para se precaver em casos de roubo, provavelmente não vai ter tanta facilidade na entrada no ecossistema português. Não é uma preocupação do público-alvo, mas de acordo com a Team Leader da ATLANTIC HUB, quase todos os produtos têm possibilidade de internacionalização. O importante é descobrir como abordar o mercado, qual o tom e o tipo de linguagem a ser utilizado pela marca e transmitir confiança e credibilidade.
Quer saber se seu produto ou serviço tem fit com Portugal? Clique aqui e tire suas dúvidas.
Por que a internacionalização falha?
A equipe de especialistas da ATLANTIC HUB tem observado que a internacionalização falha, não pelo produto em si, mas pelo empresário tentar incutir a cultura brasileira no mercado português. Apesar de Portugal ser o país que mais se aproxima da Europa culturalmente, os portugueses têm formas de estar diferentes e formas de fazer negócio diferentes. É necessário ter em conta essas diferenças para que o cliente português valorize os seus produtos e serviços.
“Ter uma linha de apoio para os seus clientes em português de Portugal vai facilitar a adesão dos portugueses ao negócio e vai dar alguma credibilidade à marca, bem como mostrar que a marca está interessada em integrar-se na cultura do país para o qual se internacionalizou”, afirma Letícia Quental.
Benício Filho, Country Manager da ATLANTIC HUB, questiona à Team Leader se ela sente que o empresário tem dificuldades no processo de escolha do produto quando contém uma indústria expressiva no processo de internacionalização.
“Uma das maiores dores que sentimos quando falamos com empresários é que querem internacionalizar com o coração, e não com a cabeça”, afirma Letícia Quental.
É notório ter uma mundivisão sobre o ecossistema onde se pretende instalar antes de se lançar para o mercado. O Market Fit serve também para entender a dimensão do mercado e o espaço na cadeia de valor. Portugal é a porta de entrada para o resto da Europa, funciona “quase como uma incubadora teste de mercado” para a potencial expansão.
“Outra coisa que considero que ajuda a não ter tanto sucesso é quando o processo de internacionalização é uma ideia e não uma prioridade. Pode nem ser o próprio empresário a querer vir para Portugal, mas alguém da equipa que tem que estar focado na internacionalização. É um processo que demora tempo e é preciso planejamento”, declara a Team Leader da ATLANTIC HUB.
“Por que é importante para uma empresa com Market Fit ter uma base para conquistar clientes num território ou num continente como a Europa?”, questiona Benício Filho.
O valor de uma empresa é maior quando está instalada na Europa.
“Já tivemos clientes que nos solicitaram Market Fit porque queriam captar investimento para se internacionalizarem. O nosso serviço teve como função apoiá-los na elaboração de um documento para provar aos potenciais investidores que existia mercado para eles aqui em Portugal”, afirma Letícia Quental.
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Sobre o autor
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.
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