O equilíbrio entre o físico e o digital
O EQUILÍBRIO ENTRE O MUNDO FÍSICO E O DIGITAL
Escuto muito as pessoas aqui em Portugal dizerem que estão saturadas de apenas poder interagir através do meio digital. De fato, falta o calor humano e alguns aspectos sensoriais importantes. Sem margem para muita escolha, pois passamos por esse longo período onde ficamos muito mais reclusos. Um confinamento que obrigou, para muitos, uma rápida adaptação com as novas maneiras de manter seus negócios, trabalho e estudo. Alguns até com um pouco mais de resistência, outros já muito habituados de longas datas mas qualquer que seja o lado que pender a balança. Devemos lembrar que a tendência será vivermos em um mundo híbrido. Onde cada vez mais, o ideal será combinarmos as experiências do mundo físico, juntamente com a tecnologia, as facilidades que o digital proporciona.
Assim como fizeram algumas gigantes da tecnologia, que saíram da sua presença exclusiva no ambiente digital para poder se aproximar das pessoas. Também várias grifes tradicionais do mundo físico levaram seus produtos a terem seus acabamentos alinhavados em bits e bytes, com este mesmo objetivo. Conectar-se com seu público potencial. Ações de marketing de sucesso que indicam que o caminho de fato é seguir algo tão natural quanto a coexistência desses dois mundos: o equilíbrio entre o físico e o digital.
EXPERIÊNCIAS REAIS COMBINADAS COM AS DIGITAIS
ALGUMAS EMPRESAS QUE NASCERAM DIGITAIS
A Amazon já havia demonstrado o que a tecnologia poderia fazer para contribuir com essa vivência. Como em sua loja física que o consumidor apenas pega o produto e não necessita passar no caixa. O cliente simplesmente sai da loja e o pagamento é realizado e debitado de seu cartão de crédito. Com tudo interligado, meio de pagamento, dispositivo móvel, censores e o principal, a valorização do tempo dos seus clientes.
Neste mesmo molde, a rede de supermercados Continente em Portugal, lançou uma loja conceito, a Continente Labs em Lisboa. Inaugurada recentemente e a primeira da Europa que faz uso desta tecnologia, a machine vision, desenvolvida pela startup portuguesa Sensei. O carrinho virtual de compras vai sendo construído à medida que o cliente vai retirando os produtos da prateleira.
O Google e até mesmo a Netflix criaram suas lojas, ainda apenas no mercado americano. Saíram do limite de suas telas, para oferecer um canal de contato direto com o consumidor que reúne experiências, entretenimento, relacionamento, informação e também claro, uma área de compras. No caso da Google, seus produtos como os smartphones e notebooks, pulseiras inteligentes e dispositivos domésticos se fundem entre situações mais disruptivas (também digitais) dentro da loja física em Nova York.
Já a Netflix, com seu e-commerce próprio na mais pura estratégia DTC (direto ao consumidor). Disponibiliza aos fãs, objetos colecionáveis, peças de vestuário baseados em produções originais da marca e itens de decoração inspirados, projetados e produzidos em colaboração com o Museu do Louvre, na França.
ATÉ AS MARCAS DE LUXO TRADICIONAIS
Para os apaixonados por games. Grifes tradicionais de luxo como Chanel, Gucci e Louis Vuitton também seguem a tendência e a estratégia complementar para integrar o consumidor das novas gerações. Inspirados na essência revolucionária de Coco Chanel, colocaram em sua loja no Japão uma arcade game. Os tradicionais simuladores e videogames, com jogos personalizados relevantes ao universo da marca, como o make up lounge e o simulador beauty ride.
A também francesa Louis Vuitton criou um jogo exclusivo, para que a cliente faça o download no seu celular (ou telemóvel, como se diz aqui em Portugal). Já a italiana Gucci foi além e dentro da estratégia digital-first criou uma experiência imersiva virtual, dentro do jogo Roblox com o The Gucci Garden Experience Lands. Os jogadores inclusive, puderam comprar algumas bolsas Gucci dentro do jogo.
HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO GERAL
Seguindo as perspectivas, o governo português já visualiza a necessidade de se adaptar ao cenário híbrido e por esse motivo investe no plano de ação Portugal Digital, desenhado para ser o motor de transformação do país. Através da capacitação digital das Pessoas, de incentivos para a transformação digital das Empresas e da digitalização do Estado. Tem como propósito acelerar Portugal, sem deixar ninguém para trás, e projetar o país no mundo.
Neste mesmo sentido, de evoluir com a participação de todos. Um exemplo mais específico, onde o uso da inteligência artificial também pode cumprir um brilhante papel para a inclusão das pessoas. A adaptação dos ativos digitais de uma empresa, para que pessoas com qualquer nível de necessidades especiais, consiga perceber o que está sendo comunicado. Em linhas gerais, uma simples reformulação fará com que uma pessoa com deficiência visual, por exemplo, possa acessar uma rede social, entender a mensagem e escutar o que está escrito. O resultado final torna essas iniciativas ainda mais gratificantes.
COMO SUA MARCA PODE FAZER ISSO?
Sob o mesmo ponto de vista, sua empresa consegue acessar uma série de soluções que possam combinar as experiências do mundo físico com o digital e da mesma forma, trazer um pouco das ferramentas digitais para uma vivência real em situações mais tradicionais. Desmistificando a ideia que se trata de uma iniciativa acessível apenas com altos investimentos e às grandes corporações.
É o caso de uma startup brasileira chamada Tripbike que criou um aplicativo para conectar pessoas que gostam de fazer um passeio diferenciado de bicicleta ou explorar uma trilha um pouco mais desafiadora. Contando com um guia local ou um instrutor experiente que poderá levá-los de forma segura a fazer essas rotas. Muito provavelmente não seria possível se eles fossem fazer por conta própria.
Da mesma forma, um outro exemplo, realizado pela nossa agência, a bauc, fez com que uma tradicional empresa de sorvetes (a Kibon no Brasil, conhecida como Olá em Portugal) pudesse levar seus potenciais clientes a experimentar um lançamento em uma loja mais próxima. A tecnologia de geolocalização ligava o cliente que clicasse num banner, impactado por uma publicidade digital nos portais e nas redes sociais, conduzindo-o até onde ele poderia ganhar o novo Cornetto Snickers e prová-lo. É a antiga campanha de sampling, realizada de forma mais eficiente, divertida e para um público mais correto. Unindo os potenciais de uma campanha digital, com uma vivência no mundo real, a campanha teve um retorno espetacular.
PERSPECTIVAS PARA SEGUIR EM FRENTE
Os caminhos que traçam o avanço das ações digitais, indicam que a adaptabilidade aos novos comportamentos é a rota mais segura de manter o seu negócio ativo e com bons resultados. No entanto, a lucratividade tem que chegar combinada com uma experiência ao seu consumidor, na medida do possível, mais agradável, que promova um certo entretenimento e o faça voltar a comprar e se manter como cliente.
A adaptação na verdade sempre definiu a sobrevivência, principalmente nos períodos em que a humanidade teve um salto em sua evolução. Olhando para as novas perspectivas que se abrem, principalmente aqui em Portugal, fazer somente o que deu resultado no passado pode não trazer longevidade à sua empresa. No entanto, combinar o que a nossa vivência demonstra ser mais natural, humanizar a relação e equilibrar as ações do mundo físico com o digital são componentes essenciais para seguirmos em frente com nossos negócios.
Para saber mais sobre marketing em Portugal, acesse também esse artigo 😉
Como o marketing digital pode alavancar sua empresa em Portugal
Sobre o autor,
Adriano Sforcini Zunino
Responsável pela expansão e sócio da bauc. em Portugal. Agência de marketing digital que alia estratégia e conteúdo, desenvolvimento e growth performance conectadas em equilíbrio com o brand experience. Pilares essenciais para transformar empresas por meio do mindset digital.
Tem larga experiência na área comercial e prospecção de negócios, além de relacionamento com clientes e ações de brand experience. Entende que seu maior propósito seja conectar empresas às iniciativas que trazem benefícios às pessoas e ao planeta.
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