Europeus não parcelam compras: como isso impacta sua estratégia de negócios?

A internacionalização de empresas brasileiras para Portugal representa uma oportunidade estratégica devido à facilidade do idioma, às conexões comerciais com a União Europeia e ao ambiente de negócios favorável.
O posicionamento estratégico da Atlantic Hub a quase dez anos internacionalizando empresas gera uma oportunidade adicional para estes empresários. Sem dúvida contar com um ecossistema de negócios em ebulição é um fator muito competitivo.
Contudo, uma diferença fundamental entre os dois mercados, Brasil e Portugal é a forma de pagamento dos consumidores: enquanto no Brasil o parcelamento é amplamente utilizado, em Portugal ele é pouco comum.
Compreender essa diferença é essencial para ajustar estratégias de precificação, marketing e gestão financeira ou ainda a criação de novas oportunidades de empreendimentos.
Abaixo, quero aprofundar este tema e elencar oportunidades para você, empresário que deseja internacionalizar.
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Diferenças culturais no consumo e aspectos históricos
No Brasil, o parcelamento é uma prática comum, permitindo que os consumidores adquiram produtos e serviços de alto valor de forma parcelada.
Em contraste, em muitos países europeus, incluindo Portugal, essa prática não é tão difundida.
Os consumidores tendem a preferir pagamentos à vista ou utilizam cartões de crédito de forma diferente, sem a expectativa de parcelamento.
É importante destacar, que muitos países europeus possuem uma mentalidade mais conservadora em relação ao crédito. A cultura financeira valoriza compras à vista e o endividamento responsável.
Outro fator são os bancos europeus que, historicamente, sempre foram mais rigorosos na concessão de crédito ao consumidor. O acesso a crédito pessoal e financiamento costuma ser mais burocrático e, muitas vezes, atrelado a juros elevados, desencorajando compras parceladas.
Destaco ainda que em países com economias mais estáveis, como Alemanha e França, a inflação historicamente controlada não criou a necessidade de parcelamentos para proteger o poder de compra. Diferente do Brasil, onde a inflação alta incentivou o parcelamento como forma de diluir custos ao longo do tempo.
Não podemos também deixar de pensar que os cartões de crédito são utilizados como meio de pagamento imediato e não como ferramenta de parcelamento. O foco está no pagamento total da fatura ao final do mês, evitando endividamento a longo prazo.
Assim, em vez de parcelamento direto, os europeus preferem opções como financiamentos específicos para bens de alto valor (como imóveis e automóveis) e soluções modernas como “Buy Now, Pay Later” (BNPL), que vêm ganhando espaço recentemente.
Impacto nas estratégias de preço
A ausência de parcelamento pode influenciar a percepção de preço dos consumidores europeus. Produtos ou serviços com preços elevados podem ser vistos como inacessíveis sem a opção de parcelamento, o que pode afetar as vendas e a aceitação do mercado.
Quando uma empresa que está internacionalizando conosco inicia sua entrada no mercado de Portugal, sempre colocamos que é muito relevante, atender às preferências dos consumidores europeus, as empresas brasileiras devem considerar a implementação de métodos de pagamento que sejam populares na região, como cartões de débito, pagamentos móveis e soluções de pagamento instantâneo.
Um bom exemplo, em Portugal, os pagamentos móveis estão em ascensão, com uma taxa de crescimento anual de 19,1% até 2027.
Influência na gestão de fluxo de caixa
Sem a opção de parcelamento, as empresas podem enfrentar desafios relacionados ao fluxo de caixa, especialmente se os consumidores optarem por pagamentos à vista. É crucial planejar estratégias financeiras que considerem essas diferenças no comportamento de pagamento.
O mercado de pagamentos em Portugal está em expansão, com um aumento significativo no número de transações e no valor total movimentado. Em 2023, os portugueses realizaram 4,2 mil milhões de pagamentos de retalho, no valor de 740,2 mil milhões de euros.
Cabe então destacar que também o mercado de pagamento oferece opções reais para as empresas brasileiras do setor.
Adaptação às expectativas dos consumidores
Entender as preferências dos consumidores europeus é fundamental. A falta de parcelamento pode ser vista como uma barreira para alguns consumidores, tornando essencial a adaptação das estratégias de pagamento para atender a essas expectativas.
Ao operar em Portugal, as empresas brasileiras devem estar atentas às regulamentações locais relacionadas a pagamentos e financiamento ao consumidor. A falta de parcelamento pode ser uma oportunidade para explorar modelos de negócios que se alinhem às leis e regulamentos portugueses.
Potencial para inovação em modelos de pagamento
A ausência de parcelamento tradicional abre espaço para a inovação em modelos de pagamento. Soluções como pagamentos móveis, carteiras digitais e outras formas de pagamento instantâneo estão em ascensão, oferecendo novas oportunidades para empresas que desejam se destacar no mercado português.
Empresas que compreendem e se adaptam às práticas de pagamento locais têm maior chance de sucesso no mercado europeu. A falta de parcelamento pode ser vista como uma vantagem competitiva para empresas que oferecem soluções de pagamento alinhadas às expectativas dos consumidores locais.
Leia também: Como Portugal se tornou um dos principais centros de tecnologia da Europa?
Estratégias de marketing e vendas
A ausência de parcelamento influencia as estratégias de marketing e vendas. As empresas devem enfatizar a qualidade, o valor agregado e a experiência do cliente para justificar o preço dos produtos ou serviços, já que os consumidores podem não estar acostumados a pagar em parcelas.
Apesar da ausência de parcelamento, o mercado de pagamentos em Portugal apresenta oportunidades significativas para empresas brasileiras.
A crescente adoção de pagamentos móveis e soluções digitais indica uma tendência em direção à modernização e inovação no setor de pagamentos.
Empresas que souberem adaptar suas estratégias de pagamento às preferências locais e explorar as oportunidades oferecidas pelo mercado português estarão bem posicionadas para expandir suas operações internacionalmente.
VAMOS COMEÇAR SUA INTERNACIONALIZAÇÃO?
A Atlantic Hub, partindo das necessidades dos seus clientes, criou processos e jornadas que podem contribuir de forma essencial para ajudá-lo a criar o seu mercado em Portugal. Eu convido você a conhecer melhor como podemos ajudá-lo.
Seu primeiro passo é estudar seu produto ou serviço em Portugal. Para isso, você precisa conhecer o nosso estudo de mercado. É importante compreender que tendo um estudo de mercado com cenário favorável quanto a oportunidade de negócio em Portugal, você poderá seguir para nosso próximo passo.
O segundo passo é conhecer com mais detalhes nosso programa Scale Out. No artigo “Programa Scale Out”, aprofundo esta jornada e crio os pilares para você iniciar sua internacionalização para a Europa. Conexões com leads reais, desenho da proposta comercial e acompanhamento de campo. Comece hoje mesmo estudando seu mercado conosco para começarmos corretamente esta nova fase da sua empresa e da sua vida.
O passo seguinte é marcar um momento conosco e conversarmos sobre as melhores estratégias para você, sua empresa e sua família.
Tenha certeza de que você está com quem conhece a Europa e construiu bases sólidas em Portugal. Nosso time terá o maior prazer em ajudá-lo neste processo.
Forte abraço e deixe seu comentário para nós.
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, e Filosofia pela universidade Dom Bosco, Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis ambos em Portugal, atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”, em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.
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