A Itália como berço do Renascimento
Compreender o Renascimento é sem dúvida compreender nossa época. O berço do Renascimento Cultural é a Itália. Cidades como Gênova, Florença e Veneza vivenciaram um grande desenvolvimento intelectual e artístico entre os séculos XV e XVI.
Estive na Itália em novembro de 2022 percorrendo o caminho deste movimento por diversas cidades e, em Florença, posso dizer que percebi o ápice deste que pode ser definido como a grande transformação da Europa em nossa era.
Muitas vezes já pude percorrer trilhas, estradas, campos e vilarejos na Itália, mas sem nenhuma dúvida, nesta oportunidade meus olhos e coração estavam voltados a compreender o Renascimento para ampliar minha visão de mundo.
Soma-se a isso a grande conquista pessoal atingida neste ano de 2022. Concluí depois de anos de estudo uma nova graduação em Filosofia.
Talvez depois da Grécia, não exista um local no mundo mais aguardado por um filósofo do que pisar com todos os sentidos neste território que se confunde com a história da humanidade.
Meus relatos são quentes, pois acabo de chegar da Itália. Narro, portanto, muito mais com o sentimento da minha alma do que com a razão.
Este não é um artigo desconectado dos temas de internacionalização que tanto escrevemos e vivenciamos dentro da Atlantic Hub. Este é sim um artigo para ampliar sua mente e ajudá-lo a estar atendo a vida.
Venha comigo nesta jornada pela Itália!
UM PRIMEIRO OLHAR SOBRE O RENASCENTISMO
Renascimento ou Renascença é o nome dado ao movimento de reforma artística, literária e científica que teve origem no século XIV na Itália e se espalhou para o resto da Europa, estando em vigor até o século XVI. Esta palavra também significa o ato de renascer e pode ser sinônimo de reformulação.
De acordo com alguns autores, o Renascimento foi um movimento de ruptura, que surgiu em oposição à “escuridão cultural e intelectual” verificada na Idade Média.
Enquanto alguns autores defendiam que o Renascimento foi um movimento de separação de muitas filosofias da época medieval, outros indicam que foi um movimento de continuidade e que por isso está inevitavelmente relacionado com a Idade Média.
Durante o Renascimento surgiu o Humanismo, que substituiu o teocentrismo (uma das características da Idade Média) pelo antropocentrismo, que colocou o Homem no centro do universo.
O Renascimento abriu caminho para o desenvolvimento de vários estilos artísticos e correntes filosóficas. Alguns se desenvolveram em concordância com o Renascimento, enquanto outros se definiram pela distanciação.
Este é o exemplo do Barroco, um estilo oposto ao Renascimento (valorizava a simplicidade), caracterizado pelo exagero de enfeites e grandiosidade.
CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO
No Renascimento algumas características foram fundamentais para compor a cultura da época e, quando compreendidas, nos ajudam a perceber seus desdobramentos no mundo atual.
Os artistas da época valorizavam bastante a cultura greco-romana. Eles pensavam que gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, diferente dos homens medievais.
E, por conta disso, as qualidades mais valorizadas no ser humano na época eram a inteligência, o conhecimento e os dons artísticos.
Entretanto, as maiores características do Renascimento se pautavam em quatro pontos principais:
- No Racionalismo, onde os renascentistas eram convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e pela ciência;
- No Experimentalismo, onde para eles todo conhecimento deveria ser demonstrado através da experiência científica. Apenas este ponto ajuda a compreender como o desenvolvimento da ciência posterior a esse movimento ajudaria a desenvolver as tecnologias que hoje são comuns em nosso dia a dia;
- No Individualismo, que parte do princípio do homem conhecer a si próprio, buscando afirmar sua própria personalidade, talentos e satisfazer suas ambições. Esta concepção se baseia no princípio que o direito individual estaria acima do direito coletivo;
- No Antropocentrismo, que colocava o homem como a suprema criação de Deus e como o centro do universo.
SOBRE O ANTROPOCENTRISMO
No âmbito da arte, o Renascimento significou a criação de novos gêneros de pintura e escultura, para dar resposta ao novo gosto da sociedade daquela altura.
As primeiras manifestações no âmbito artístico surgiram em Florença, na Itália. Foram construídas várias obras arquitetônicas que permanecem até hoje. Na pintura, Giotto foi um dos primeiros a seguir esta corrente.
Nesta viagem para Itália, foi possível estar em inúmeras galerias e presenciar a força do movimento renascentista. Destaco aqui algumas destas imagens.
A “Primavera”, também conhecido como “Alegoria da Primavera”, é um quadro de Botticelli que utiliza a técnica de têmpera sobre madeira. Pintada em 1482, a história da obra não é muito conhecida, parece ter sido encomendada por um membro da família Médici.
A pintura retrata a Virgem Maria e o Menino Jesus em primeiro plano, criando uma espécie de forma triangular junto aos Reis Magos, que estão de joelhos, em adoração. Atrás deles, forma-se um semicírculo de figuras acompanhantes, incluindo o que poderia ser um auto-retrato do jovem Leonardo (ao lado direito da pintura). Ao fundo, à esquerda, são retratadas as ruínas de um edifício pagão, onde podemos ver que trabalhadores estão, aparentemente, o consertando.
Esses quadros ilustram a transformação do pensamento expresso na arte que seria determinante na vida cotidiana e na produção científica.
Ambos os quadros são possíveis de serem encontrados nas galerias de arte em Florença.
Os nomes mais importantes do Renascimento no contexto artístico foram Leonardo da Vinci, Michelangelo, Donatello e Raffaello, com várias obras de arte mundialmente famosas.
O RENASCIMENTO LITERÁRIO
A filosofia e a literatura durante o Renascimento foram fortemente marcadas por vertentes humanistas, que colocaram o Homem em destaque em todas as áreas.
Algumas figuras mais conhecidas do Renascimento na área da literatura foram Miguel de Cervantes (castelhano que fez a ligação entre o Renascimento e Barroco), François Rabelais (França) e Luís de Camões (Portugal).
O RENASCIMENTO CIENTÍFICO
O Renascimento também foi marcado por importantes descobertas científicas, sobretudo nas áreas da astronomia, da física, da medicina, da matemática e da geografia.
Uma das descobertas da época foi feita pelo polonês Nicolau Copérnico (1473 – 1543) ao contestar a teoria geocêntrica de que a Terra não é o centro do universo, mas que simplesmente é um planeta que gira em torno do sol.
Galileu Galilei também se destacou como um importante cientista da época, ao descobrir os anéis de Saturno, as manchas solares e os satélites de Júpiter, porém foi perseguido e ameaçado pela Igreja, sendo obrigado a negar publicamente suas descobertas.
Na medicina, os conhecimentos avançaram com trabalhos e experimentos acerca da circulação sanguínea, processos de cauterização e os avanços na anatomia.
O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO
O Renascimento comercial e urbano ocorreu na Idade Média, sobretudo, em algumas cidades da Itália e consistiu em um conjunto de fatores que criou novas formas de pensar a comercialização de produtos.
A venda desses produtos também foi responsável pelo desenvolvimento de centros urbanos, onde muitas vezes eram organizadas feiras.
Naquela época, quando soldados regressavam de expedições, frequentemente vendiam os despojos de guerra. Assim, surgiram mercadores e uma nova classe da sociedade: a burguesia.
Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, passaram a investir nas artes, o que aumentou assim o desenvolvimento artístico e cultural da região. Por esta razão, a Itália é conhecida como o berço do renascentismo.
PERCORRER A ITÁLIA É PERCORRER A HISTÓRIA DA HUMANIDADE
Ao percorrer a Itália, percebo o quanto a cultura do ocidente em suas diversas vertentes vive da influência do conhecimento gerado neste país e o quanto, de certa forma, ele busca nos dias de hoje o protagonismo que já tivera.
De Roma e seus arredores a Assis, percorri vilas, museus, galerias e catacumbas. A história da nossa civilização passa pela Itália.
Em Florença, todo o movimento renascentista lança luzes sobre como compreender o passado é essencial para viver o presente e planejar o futuro.
Em minhas viagens pela Europa, sempre pude mergulhar com intensidade nos países que conheci. Mas, a cada experiência, percebo o quanto este conhecimento ajuda nossos clientes a compreenderem as oportunidades e os desafios em internacionalizar.
O conhecimento é algo que jamais nos é retirado. Os recursos financeiros podem prover muitos bens a um ser humano, mas apenas o conhecimento gera efetivamente uma maior consciência e discernimento sobre o que somos enquanto seres humanos.
Internacionalizar é um ato de coragem, compreender o mundo é um ato de saber.
Convido você a iniciar esta jornada de internacionalização conosco!
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Em nossa jornada, que chamamos de Scale Out, você irá, inclusive, perceber como ser um líder melhor.
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Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, e Filosofia pela universidade Dom Bosco, Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Black Beans, e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis ambos em Portugal, atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”, em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.
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