Por onde começo quando penso em investir em Startups?
Ouvi o termo “investimento em Startups” há pouco menos de dez anos. Logo depois, surgiu na minha frente um termo ainda mais complicado, que seria “investidor anjo”. Bem, aqueles eram tempos remotos no Brasil em relação a este tema.
Investimento em startups além de ser algo completamente novo, tinha ainda a resistência de mal sabermos o que era o conceito de startups. Como disse, isso faz quase dez anos. Mas veja, pouco mudou em relação a conhecimento para a maioria das pessoas. O que ficou mais fácil de entender, pelo menos para o grande público, é que estas tais startups são empresas que promovem mudanças e, em muitos casos, transformam de forma radical o ambiente e mercado onde estão inseridas.
Outro ponto que ajudou a difundir o conceito de startups foram os unicórnios. Estes animais mitológicos são a definição encontrada no mercado para explicar uma startup que tem seu valor de mercado superior a um bilhão de dólares. Entenda aqui como startup: uma empresa como qualquer outra, nascida do propósito de empreendedores que tem em mente o mantra “resolver um problema real, gerar renda com ele e conquistar clientes de forma exponencial”. Tal modelo de negócio precisa ter em sua estrutura boa base tecnológica, caso contrário, este feito jamais será alcançado.
Quando iniciei minha jornada de investimentos em startups, assim como muitos, fiz isso de forma solo. Sozinho, analisava uma enorme quantidade de negócios sem que muitos fizessem sentido com minha experiência ou até mesmo com o que eu acreditava ser um bom negócio. O resultado disso foi o mais normal que se possa desejar: errei feio, investi em empreendedores sem condições mínimas e joguei fora boa parte do capital. Mas, isso sim, foi um bom legado e um grande aprendizado. As fases seguintes a esta primeira experiência foram muito interessantes.
Logo após este primeiro ciclo, conheci alguns movimentos de investidores e, dentre eles, o movimento de investimento anjo. Define-se como anjo aquele empreendedor ou mesmo profissional que conquistou algum sucesso em sua carreira e pode, muito além do dinheiro, auxiliar com sua experiência empreendedores em fase inicial a deslanchar seja com networking, conhecimento empírico sobre o tema ou outro tipo de doação de tempo que extrapola a questão financeira.
Conheci muitos investidores desta experiência que, em alguns casos, apenas criavam o chamado portfólio que se define como fazer investimento em algumas startups a fim de diminuir o risco ou até mesmo aqueles que, além do capital financeiro, queriam mesmo era ajudar o empreendedor de forma prática.
O bacana disso tudo é que desde que os princípios sejam realmente criar negócios que façam sentido no mundo e estejam alinhados com os valores dos empreendedores, está tudo bem. Você pode investir apenas capital e acompanhar o avanço das empresas ou pode dedicar uma parte do seu tempo ajudando-os de forma prática mesmo.
Mergulhei em movimentos promovidos pela “Anjos do Brasil”, interessante entidade brasileira que além de promover a disseminação do investimento anjo, oferece boas oportunidades de networking, conhecimento, educação e investimento em startups também. Fundei no ABC Paulista um núcleo de Anjos do Brasil vinculado ao Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (ITESCS) do qual sou membro e fui presidente por dois nos. Não poderia ser diferente, afinal, mergulhei neste movimento e também acabei criando uma carteira pessoal de investimento em Startups, algumas delas coloco em meu site pessoal www.beniciofilho.com.br e outras estão dentro de fundos como o Bossa Nova.
Investimento em Startups está muito além de apenas uma divisão em termos percentuais do volume financeiro para investir diluindo, assim, os riscos. Investimento em Startups é algo transformador. Quando fazemos investimento em startups estamos dando a oportunidade de um ou mais empreendedores terem a sua chance de transformarem a realidade na qual estão inseridos. Faz todo sentido este investimento uma vez que, como já disse, investimos em empresas que nascem do propósito dos seus empreendedores e que tem em sua estrutura muita tecnologia e inovação. Desta forma, menos impacto no planeta, mais resultado financeiro e ainda empreendedores mais conscientes do seu papel transformador no mundo.
No Brasil, ainda tive a experiência de criar um Fundo de Investimento. Aprendizado enorme, porém, sem êxito na operação. Acabamos fechando este ciclo antes mesmo dele nascer. Sem esta experiência, porém, não haveria nascido a Core Angels Atlantic. Ela, sim, deriva de um grande grupo de investidores em startups trazendo consigo muita bagagem de conhecimento, gestão e governança. Hoje na Core Angels, temos mais de quinze investidores que, mensalmente, analisam startups brasileiras em um comitê global para investimento.
Na Core Angels investimos apenas em startups brasileiras com produtos ou serviços globais. A ideia é maximizar as oportunidades destas startups colocando capital e utilizando todo nosso networking na expansão deste negócio. Com um pé no mundo a partir de Portugal, auxiliamos a abertura de uma base fora do Brasil e ampliamos as conexões desta startup com nossa rede. Gosto muito deste modelo pois ele não segmenta setores mas, sim, soluções. Precisamos enquanto empreendedores brasileiros pensar globalmente. Na Core Angels, damos ouvido a estes empreendedores.
Acredito que ficou bem mais fácil para você compreender por onde começar quando pensamos em investimento em startups. No entanto, acredito que o início de tudo é entrar neste universo. Na Core Angels temos um responsável por relacionamento com investidores que explica as métricas, valores, contratos e demais pontos. Procure em seu estado ou região núcleos de investidores anjo, pois muitos deles podem, inclusive, ser filiados a Anjos do Brasil. Acredite, seu capital pode ajudar a construir o mundo que queremos. E se você pode doar algum tempo da sua semana para empreendedores, melhor ainda, pois você poderá auxiliar diretamente estes negócios a terem seu lugar ao sol.
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