Você precisa visitar as Ruínas de Conímbriga, em Coimbra
Em minha última visita a Coimbra, acabei descobrindo um lugar incrível do qual não tinha a menor ideia da quantidade de elementos, história e conexões que existiam por lá.
A origem do sítio arqueológico remonta aos primórdios do povoamento da Europa.
Conímbriga é uma povoação estabelecida desde a Idade do Cobre que foi um importante centro Durante a República Romana e que continuou habitada, pelo menos, até ao século IX.
É um dos mais extensos e diversificados sítios arqueológicos de que há vestígio em Portugal. Está classificada como Monumento Nacional, tendo sido palco de escavações desde o século XIX.
Localiza-se a dezessete quilômetros de Coimbra, na freguesia de Condeixa-a-Velha. A estação inclui o Museu Monográfico de Conímbriga, onde estão expostos muitos dos artefatos encontrados nas escavações arqueológicas.
Existem relatos de povoação neste local desde a idade da Pedra. Mas são os romanos que constituíram um importante ponto de fixação.
Os romanos transformaram Conímbriga em um importante ponto do império
A primeira chegada dos Romanos da qual temos referência é de 138 a.C., quando as tropas de Décimo Júnio Bruto, na sua campanha para subjugar os galácticos, passaram pelas terras de Conímbriga.
Seria apenas na época de Augusto que Conímbriga seria reformada, o imperador romano enviou arquitetos para a remodelar e adaptá-la ao urbanismo romano.
O fórum foi o primeiro edifício a ser levantado pelos romanos. Logo em seguida, criaram-se as termas da cidade tomando água de Alcabideque.
Dotou-se à povoação de uma muralha artificial, complementando a posição defensiva do assentamento, de dois quilómetros, a linha da muralha dava mais vinte e três hectares para a expansão de Conímbriga. As casas que se encontram junto da muralha, com azulejos, são do século II e III.
Os romanos trouxeram com eles novos elementos da engenharia civil. O mármore, a coluna, o estuque, a argamassa de cal e a pedra esquadriada. Isto, aliado à vinda de novos conceitos e métodos acelerou o crescimento do assentamento e criou um sincretismo arquitetônico entre a antiga tradição local e a hodierna romana.
Conímbriga ia avolumando-se cada vez mais, no governo de Vespasiano tornou-se um município entre 70 e 80. Consequência desta expansão da cidade, entre 77 e 78 um cidadão de Conímbriga, M. Júnio Latrão, foi escolhido como sacerdote do culto imperial da Lusitânia, esse mestre obrigar-lhe-ia a morar em Emerita Augusta, atual Mérida, a capital da província.
Tem-se como provável que tal designação foi feita como preito ao assentamento. Posteriormente, entre os séculos II e III a cidade entra num período obscuro do qual não nos chegou muito até os nossos dias.
Na metade do século III o Império começou a ser invadido por tribos bárbaras, em 262 vararam os Pirenéus e arrasaram o Levante peninsular, não se tem constância de que chegassem até ao litoral atlântico occidental.
Nesse clima de instabilidade as defesas de Conímbriga foram reforçadas e o sistema de águas, incluindo o aqueduto, também.
O museu é parte importante da visita
O Museu Monográfico de Conímbriga é o museu encarregado da divulgação ao público dos achados do sítio arqueológico da cidade. Foi criado em 1962, paralelamente ao recomeço da atividade de exposição do museu.
Uma das melhores imagens do museu, você pode até achar estranho este trecho do artigo mas é no final, logo na saída.
Em uma das paredes existe um grande mapa que sinaliza Conímbriga na história da civilização. Incrível perceber como é destacada sua origem, produção de conhecimento.
Fiquei muito tempo neste ponto fazendo os paralelos sugeridos pelo mapa e conectando ao conhecimento que era gerado em outras partes do globo.
Tenho tido que não é possível subestimar o que podemos encontrar em Portugal, mas Conímbriga com certeza está entre os melhores achados.
Aproveite Coimbra e Conímbriga. Se você quiser conversar e compreender mais sobre Portugal, agende um momento para conversarmos e juntos discutiremos seu futuro no país-lusitano.
Forte abraço!
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.
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