South Summit Brasil, devemos e precisamos estar conectados ao mundo
O South Summit Brasil, evento surgido em 2012 — época em que uma crise econômica assolava a Espanha, enfraquecendo as perspectivas de negócios no país —, aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de maio deste ano, em Porto Alegre (RS).
Diante dos ocorridos na Espanha, nasceu uma forte crença: que o espírito empreendedor seria a força motriz para curar a economia. Por isso, o objetivo era (e ainda é) muito claro: ser o hub de referência que molda o futuro através de iniciativas, empreendedorismo, inovação aberta e oportunidades.
O South Summit é um dos eventos mais importantes do Brasil, chamando a atenção por seu gigantismo. Seus números falam por si só. Foram mais de:
– 20.000 pessoas;
– 50 países;
– 40.000 contatos;
– 2.500 meetings com finalistas;
– 8.500 empresas;
– 3.300 startups;
– 500 investidores;
– $65B fundos POA;
– 500 speakers (sendo 50 internacionais),
– 30% de speakers mulheres;
– 3.500 trabalhadores diretos e indiretos e;
– 2.200 estudantes.
Foram três dias intensos, de muito conteúdo e networking, encontros, reencontros, negócios e muito aprendizado acontecendo, no que foi uma grande imersão em um ambiente inovador que agregou muito a todos os envolvidos.
O SOUTH SUMMIT E A REINVENÇÃO DE PORTO ALEGRE
Crises são superadas com ideias. Há dez anos, buscando reverter o quadro de estagnação econômica e retração nos negócios que caracterizava a Espanha, a aposta no empreendedorismo e na inovação deu origem ao South Summit.
Passada uma década, a iniciativa se tornou referência internacional. Ao desembarcar em terras brasileiras, coube a Porto Alegre a missão de sediar o evento.
Assim como no ecossistema de inovação, essa conquista se deu através do trabalho em conjunto. A conexão entre público e privado, entre o mercado e a academia, foi um diferencial para a escolha da capital gaúcha.
O resultado dessa parceria se tornou realidade quando os armazéns do Cais Mauá ganharam vida com a chegada de milhares de profissionais, estudantes, empreendedores e investidores interessados em prospectar boas oportunidades de negócios e construir um futuro mais colaborativo e sustentável.
“Os próximos 250 anos de Porto Alegre começam agora”. A frase entusiasmada, dita pelo prefeito Sebastião Melo na cerimônia de encerramento, reflete a importância do evento.
O South Summit Brasil foi realizado no momento em que o mundo se reergue após dois anos de pandemia e, coincidentemente, no início de um intenso processo de ressignificação e transformação urbana em Porto Alegre.
Ao longo de três dias, estiveram presentes no Cais Mauá cerca de 20 mil pessoas, vindas de mais de 50 países, confirmando o potencial do ecossistema.
450 investidores, representando fundos que gerem mais de U$ 60 bilhões, prospectaram negócios ao mesmo tempo em que 500 palestrantes – 30% deles, mulheres – compartilharam conhecimento e estabeleceram conexões que possuem o potencial de se tornarem novas iniciativas na área de tecnologia e inovação.
Não há como negar que um dos principais acertos do South Summit Brasil foi a escolha dos armazéns do Cais Mauá para sediá-lo.
O amplo espaço à margem do Guaíba chamou a atenção de todos os participantes, estrangeiros ou porto-alegrenses, que nunca tiveram a oportunidade de se conectar com aquela parte da cidade.
“O local é demais. Isso é importante, sabe? Há eventos que focam no ambiente corporativo, naquilo que serve para eles. Mas aqui, você tem o brilho da cidade, o pôr do sol muito bonito. Isso faz a união com o fator local, o que é excelente”, destacou Tracy Mann, embaixadora do South by Southwest (SXSW), conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia que ocorre anualmente nos Estados Unidos.
Espaços revitalizados e disponíveis ao acesso de todos, como observamos em Porto Alegre, comuns em outras partes do mundo podem também ser apostas do Brasil para revitalizar suas cidades.
ATLANTIC HUB NO SOUTH SUMMIT CONSTRUIU PONTES DO BRASIL COM A EUROPA
A Atlantic Hub esteve com seu time todo presente durante os três dias do evento e foi, como gosto de pensar, um momento único para retomar contatos com players do Brasil, apoiando clientes e percebendo seus avanços, como foi o caso do painel Metaverso, da empresa Brivia, que assessoramos em Portugal.
Participamos intensamente dos conteúdos estando em painéis, palestras e ações. Sobre elas, quero destacar alguns pontos com você.
Em um dos painéis que participei, discutimos as melhores estratégias para desembarcar na Europa. Comigo, estiveram presentes Diego De Aristegui, do Invest Madri, e Leticia Cabral, da Oxentia.
O ponto alto do painel foram as inevitáveis comparações de um processo de internacionalização partindo do Brasil para o mundo por Portugal, e não pela Espanha.
Refletimos com os participantes que, muito distante de ser apenas uma questão de tamanho do mercado, o que realmente está na mesa é a relação de menor atrito que Portugal oferece em um processo de internacionalização comparado com a Espanha.
Internacionalizar não é uma corrida de cem metros, mas sim uma maratona. Dentro desta perspectiva, não é apenas o ativo mercado ou espaços físicos que geram a aderência de uma proposta de valor, mas sim o ecossistema envolvido.
Em outro momento, refleti em um Workshop com o tema “Investidor Anjo: como começar a investir em startups e surfar a onda da nova economia”, sobre como podemos fazer parte deste movimento de investimento que constrói e forma novas oportunidades.
Sobre isso, inclusive, temos como empresa do grupo Atlantic Hub um fundo de investimentos em startups. A Core Angels Atlantic nasceu justamente para ocupar um espaço existente de investimento em startups brasileiras com produto e serviço para o mundo.
Ao longo do workshop, discutimos pontos como a essência do investidor anjo que efetivamente investe em pessoas, mas que sempre está atento ao modelo de negócio das startups, levando em consideração sua equipe, problema que resolve a escalabilidade.
Investir em startup sozinho é um enorme risco, mas em conjunto tudo pode ser diferente.
Em sua participação, Fernando Custódio, nosso Business Architect que tem moradia em Porto Alegre, destaca que em seu painel foi possível “ouvir especialistas em internacionalização, mitos e verdades, mas principalmente desmistificar e aprender sobre questões práticas da jornada de internacionalização”.
Ele ainda resume que, diagnosticar, planejar e agir devem ser a essência em um projeto de internacionalização. “ Sem esquecer sempre, é claro, de contar com bons parceiros”.
PORTUGAL COMO PORTA DE ENTRADA PARA O MUNDO
Um país com menos de onze milhões de habitantes e menor que Pernambuco em extensão, realmente não pode ser considerado enquanto mercado consumidor para empresas brasileiras.
O ponto em questão é que Portugal atua como um importante hub de conexão para nós. Se entendermos Portugal como porta de entrega para a Europa e mundo, compreendemos o quanto esta posição estratégica é importante.
Acesso ao mercado, validação em menor escala com os menores custos da Europa, ecossistema estruturado e brasileiros construindo histórias de sucesso.
Estamos conectados no mundo, tenho certeza de que podemos ajudá-lo neste processo de relacionamento com a Europa.
O South Summit confirma o papel de destaque do Brasil no mundo e a importância de estarmos mais conectados ao mundo.
Agende um momento para conversarmos e juntos, discutiremos a melhor oportunidade para sua empresa e conexão com o mundo.
Temos uma rede incrível de parceiros que poderão ajudá-lo e sobre isso, não tenho dúvida que encontraremos a melhor opção e forma para você.
Forte abraço!
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.
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