Até o final do semestre letivo de 2022, em junho de 2022, a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) – órgão português semelhante ao Ministério da Educação (MEC) no Brasil – informou que os estudantes brasileiros representam a maioria dos alunos estrangeiros em universidades em Portugal.

De acordo com os dados divulgados, os brasileiros representam 4 em cada 10 estudantes estrangeiros no país português. Em números absolutos, o país europeu registrou 18.859 alunos brasileiros nas universidades em Portugal matriculados em instituições de ensino de nível superior – considerando cursos de graduação e pós-graduação, como MBA, mestrado e doutorado.

Porém, com as mudanças no mercado de trabalho, as empresas começaram a enxergar algumas vantagens de oferecer flexibilidade aos seus colaboradores.

Estudantes brasileiros nas universidades em Portugal

A onda brasileira de estudantes em Portugal passou a ser mais intensa a partir de 2014, quando a Universidade de Coimbra abriu as portas para alunos do Brasil através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

De lá para cá, outras escolas superiores, institutos politécnicos e universidades portuguesas passaram a aceitar as notas do Enem em seus processos seletivos. Você pode conferir a lista atualizada para 2022 aqui

Para a faculdade de medicina existe uma limitação. Brasileiros que queiram estudar nas universidades em Portugal, precisam fazer algumas matérias do ensino médio português e ter a cidadania portuguesa para poder se formar e atuar na área. Há algumas exceções, por exemplo, quando há transferência de um curso superior para o de medicina, mas normalmente o processo para entrar na faculdade de medicina é mais limitado.

Medicina, inclusive, é uma das áreas que carece de profissionais em Portugal. Engenheiros e profissionais de tecnologia também são procurados para oportunidades no mercado português, porém a maior demanda dos brasileiros para estudar em Portugal nos últimos 5 anos foi para os cursos nas áreas de ciências empresariais, administração, cultura e direito.

Para além das universidades, também existe em Portugal o ensino politécnico, mais focado na compreensão técnica. Todas as escolas aceitam estudantes de nacionalidade não portuguesa e levam em consideração a nota do ENEM.

O fato dos dois países falarem português aumenta o interesse e a possibilidade de acesso a estudantes brasileiros, que não precisam ter fluência em outra língua – apesar de passarem por algumas dificuldades para adaptação às peculiaridades do idioma falado no país europeu.

Mas, para quem está se programando para deixar o Brasil e ingressar em uma das universidades em Portugal, vale fazer um planejamento financeiro antes de fazer as malas. Não é sempre barato, o ritmo de estudo é diferente do Brasil. Os trabalhos part-time oferecidos pelas universidades pagam pouco e pode ser custoso morar no país, mas vale muito a pena.

Sobre o autor,

Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, e Filosofia pela universidade Dom Bosco, Mestre pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação, MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Sócio da Core Angels Atlantic (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Black Beans, e sócio fundador da Atlantic Hub e do Conexão Europa Imóveis ambos em Portugal, atua como empresário, escritor e pesquisador das áreas de empreendedorismo, mentoring, liderança, inovação e internacionalização. Em dezembro de 2019, lançou o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”, em dezembro de 2020 seu segundo “Do Caos ao Recomeço”, e em janeiro de 2022 o último publicado “ Metamorfose Empreendedora”.