Os segmentos da reciclagem de materiais em Portugal
A reciclagem em Portugal, apesar de não ser obrigatória, já é uma prática recorrente entre as famílias portuguesas. Segundo dados da Sociedade Ponto Verde, a deposição de resíduos através de reciclagem cresceu cerca de 11% em Portugal em 2019, face ao mesmo período no ano anterior.
É, portanto, evidente que tem havido uma consciencialização nos últimos anos para a necessidade da reciclagem em Portugal e ao redor do mundo. Portugal é, ao nível europeu, um dos países com uma maior consciencialização para questões ambientais.
Portugal como exemplo em reciclagem
A título de exemplo, Portugal tem-se afirmado como pioneiro no setor das energias renováveis. A energia renovável corresponde a mais de 50% da energia consumida apenas em cinco Estados-membros.
Portugal é um deles, sendo o terceiro país na União Europeia em que maior percentagem das suas necessidades energéticas são satisfeitas com energias provenientes de fontes renováveis.
No topo da lista está a Áustria, onde 73% da energia consumida tem origem renovável, seguida da Suécia e de Portugal.
Ainda assim, a reciclagem ocupa uma percentagem relativamente pequena no destino final dado aos diferentes resíduos produzidos, ocupando a colocação em aterro ainda uma fatia muito significativa.
Tendência #1 – Incentivos à reciclagem em Portugal e no mundo
Os incentivos à reciclagem são uma das grandes tendências do momento. Apesar de uma grande parte da população reciclar, sobretudo na Europa, Estados Unidos da América, Canadá e Austrália, há ainda um longo caminho a percorrer para que a reciclagem se torne um hábito diário a nível global.
Assim, a criação de sistemas de incentivos é vista como uma das trends do momento. Estes incentivos vão desde a troca de resíduos por prêmios, descontos em supermercados e até donativos a instituições de solidariedade social.
Tendência #2 – Redução do desperdício
O uso de plásticos descartáveis tem sido um tema central de debate, muito motivado pelo Great Pacific Garbage Patch, uma “ilha” composta por plástico, localizada entre o Havaí e a Califórnia, com uma área que perfaz duas vezes o Texas e que contém cerca de 88 000 toneladas de plástico.
Muito noticiado, este problema suscitou o interesse de cidadãos e governos, que prontamente começaram a delinear planos de ação para travar o consumo de plásticos descartáveis.
Cada vez mais são os países que proíbem o uso de produtos de plástico descartáveis, sendo que 127 países começaram já a introduzir medidas que visam a redução do uso destes materiais, segundo um estudo do programa ambiental das Nações Unidas.
Alternativas a estes produtos são opções biodegradáveis ou reutilizáveis, que pretendem minimizar a entrada de plásticos no oceano.
Alternativas como copos reutilizáveis em eventos são já práticas recorrentes em Portugal, com diversas marcas a associarem-se a esta iniciativa, também como forma de se afirmarem como empresas com preocupação ambiental, indo assim de encontro às crescentes preferências ambientais dos consumidores.
Também produtos de cosmética e alimentos vendidos a granel estão a crescer bastante na preferência dos consumidores, duas áreas onde o desperdício é muito elevado.
Tendência #3 – Green it
A Green It consiste num conjunto de práticas que procuram utilizar recursos da computação de forma limpa e eficiente. Dessa forma, esta prática compreende tanto o descarte de lixo eletrônico quanto o layout da empresa.
O objetivo é criar uma mentalidade nova nas organizações, ou seja, consciencializar os colaboradores e os empresários sobre os impactos que a tecnologia gera na natureza e como estes podem ser reduzidos, levando a que as empresas de IT procurem novas soluções para essa área.
Dessa forma, empresas interessadas em implementar a Green IT devem seguir passos mais sustentáveis e procurar certificações na área da sustentabilidade tecnológica, para obterem mais credibilidade junto de clientes nacionais e internacionais.
Alguns exemplos:
- Otimizar sistemas de fornecimento de energia dos Data Centers e melhorar a eficiência
dos sistemas de refrigeração;
- Investir no uso da Cloud;
- Virtualizar softwares e serviços;
- Utilizar o acesso remoto;
- Implementar a utilização de SaaS;
- Fazer backups na nuvem;
- Reciclagem de componentes eletrônicos.
Assim, a sustentabilidade nas empresas e o correto descarte de material informático estão na ordem do dia, sendo cada vez mais os aderentes desta tendência.
Tendência #4 – Marketing Verde
Cada vez mais marcas e empresas têm apostado na criação de uma imagem eco-friendly para os seus produtos e serviços.
Um estudo publicado pela Tetra Pak, empresa líder na produção de embalagens para alimentos, indica que 63% dos consumidores consideram que a poluição ambiental é o problema global mais preocupante, com o aquecimento global e a poluição do ar em destaque.
Assim, a associação das marcas a práticas e a produtos amigos do ambiente está na ordem do dia, indo de encontro com as preferências dos consumidores.
O marketing verde, uma tendência que surgiu na década de 60 nos Estados Unidos da América e na Europa, é uma prática na qual cada vez mais empresas apostam.
Este processo consiste na promoção e venda de produtos/serviços com base nos benefícios ambientais que estes apresentem.
Numa altura em que os consumidores estão muito empenhados na preservação ambiental, esta estratégia faz todo o sentido, tendo-se tornado claro que esta prática é muito eficaz em aumentar a lealdade de um cliente por uma marca.
Alguns exemplos de marcas que usam o marketing verde são a Coca Cola, a Microsoft, a Nike, entre tantas outras.
Tendência #5 – Reports ambientais
A apresentação de relatórios ambientais por parte das empresas, de forma obrigatória ou voluntária, é, também, uma tendência.
Os consumidores esperam que os seus produtos tenham, tanto quanto possível, uma baixa pegada ambiental e que as empresas que os comercializam sejam conscientes quanto a este aspeto.
Assim, facultar de informações sobre a pegada ambiental das empresas e sobre forma como produzem e desenvolvem os produtos e serviços que comercializam começa a ser expectável, aumentando também assim o awareness por parte destas e dos consumidores para questões ambientais.
Tendência #6 – Reciclagem em Portugal combina com transparência
Esta tendência pretende aumentar a capacidade de escolha do consumidor, através da promoção de uma maior informação dos produtos consumidos.
Podem constar informações sobre a proveniência dos produtos, sobre o modo de produção, sobre a presença de aditivos e sobre as condições de produção das embalagens e formas de descarte das mesmas.
Os consumidores consideram esta tendência como um indicador de produtos saudáveis e seguros, para o consumo e para o meio ambiente.
Cada vez mais, os consumidores esperam que os produtos que adquirem sejam seguros, produzidos de forma ética e que tenham a menor pegada ambiental possível.
Assim, o uso de símbolos que transmitem uma ideia de sustentabilidade ambiental é cada vez mais uma trend.
Também há indicações de que as embalagens são recicláveis e até mesmo como se deve proceder à sua reciclagem é cada vez mais comum.
Muitas empresas do Brasil poderiam exportar suas tecnologias para a Europa
O segmento de reciclagem e energias renováveis no Brasil tem grande excelência em tecnologia. Apesar dos desafios de adoção no Brasil serem grandes, os investimentos privados têm se elevado ano após ano.
Um bom começo para você que já empreende neste segmento é fazer um estudo de aderência de mercado Market Fit e analisarmos com cuidado e atenção suas possibilidades em Portugal.
Claro que Portugal é apenas a porta de entrada para a Europa. Mas fica aqui minha recomendação para não desconsiderar essa oportunidade.
Caso você queira conversar e compreender mais sobre Portugal, agende um momento para conversarmos e juntos discutiremos seu futuro em Portugal.
Forte abraço!
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.
Compartilhe:
Quer levar sua empresa para Portugal?
Posts relacionados
Termômetro de maturidade para internacionalização, o que é isso?
Tempo de leitura: 5 minutos Quando uma empresa define que...
Ler mais arrow_right_altExplorando o potencial do mercado de produtos orgânicos em Portugal
Tempo de leitura: 4 minutos O mercado de produtos orgânicos...
Ler mais arrow_right_alt