ESG: o que é, como funciona e sua relevância para as empresas
Sem dúvida alguma, na atualidade, você já ouviu falar bastante sobre o termo ESG. Mas você sabe o que ele significa, como ele funciona e qual é a sua importância para as empresas?
No dia 5 de junho, celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma data muito importante para avaliarmos a nossa postura em relação ao meio ambiente e aos recursos naturais.
A crescente preocupação com a sustentabilidade tem gerado reflexões sobre a função social de diversas empresas do setor privado. Soluções para problemas ambientais e sociais são de responsabilidade, inclusive do próprio mercado financeiro.
Segundo pesquisas realizadas pelo grupo McCANN, 69% dos jovens no mundo estão dispostos a pagar mais a uma marca quando ela tem valores alinhados aos seus, enquanto no Brasil a porcentagem cresce para 71%.
Com a pandemia da Covid-19, a discussão de como ações de indivíduos ou grupos podem impactar o coletivo se tornou ainda mais pertinente.
No mundo corporativo, isso se reflete no aumento do número de empresas que se empenham na busca de melhores práticas ambientais, sociais e de governança (que compõem a sigla em inglês de ESG).
Neste artigo, vamos explicar a você o que é ESG e como o investimento sustentável pode beneficiar seus negócios. Confira a seguir!
O QUE É ESG?
A sigla ESG é a abreviação de “Environmental, Social and Governance” (Ambiental, Social e Governança, ou ASG no português). Esse conceito refere-se às boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais, sociais e parâmetros de excelente governança corporativa.
A ideia principal é que empresas que adotam essas práticas fiquem menos suscetíveis a riscos externos, como mudanças regulatórias, em especial multas e sanções caso utilizem demasiada e/ou agressivamente os recursos naturais ou provoquem desastres ambientais.
Um estudo realizado pela consultoria BCG, mostrou que empresas que adotam melhores práticas ambientais, sociais e de governança veem diversos impactos positivos, como maior lucratividade e até uma melhora em seu valor de mercado ao longo do tempo.
OS 3 PILARES ESG
A sigla ESG une três fatores que mostram quanto uma empresa está comprometida em ter uma operação mais sustentável em termos ambientais, sociais e de governança. Cada letra tem um significado:
E (environmental, em inglês, ou ambiental, em português) – refere-se às práticas de uma empresa em relação à conservação do meio-ambiente e sua atuação sobre temas como:
– Aquecimento global e emissão de carbono;
– Poluição do ar e da água;
– Biodiversidade;
– Desmatamento;
– Eficiência energética;
– Gestão de resíduos;
– Escassez de água.
S (social) – diz respeito à relação de uma empresa com as pessoas que fazem parte do seu universo:
– Satisfação dos clientes;
– Proteção de dados e privacidade;
– Diversidade da equipe;
– Engajamento dos funcionários;
– Relacionamento com a comunidade;
– Respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas, entre muitos outros.
G (governance, em inglês, ou governança, em português) – refere-se à administração de uma empresa:
– Composição do Conselho;
– Estrutura do comitê de auditoria;
– Conduta corporativa;
– Remuneração dos executivos;
– Relação com entidades do governo e políticos;
– Existência de um canal de denúncias, entre outros.
INVESTIMENTOS ESG
O investimento ESG é uma forma de impulsionar os setores mais sustentáveis e ser um indutor de boas práticas de gestão corporativa, dando oportunidade e reconhecimento para empresas que apresentem bons níveis de responsabilidade social, ambiental e de governança.
Assim, é possível promover o crescimento de organizações ativamente preocupadas em melhorar o mundo, o mercado e a vida de seus colaboradores.
Os investimentos ESG funcionam como via de mão-dupla no mercado financeiro.
Ao mesmo tempo que sua existência impõe certa pressão para que as empresas de capital aberto se preocupem com fatores além do lucro, também serve de ponteiro para direcionar os investimentos dos acionistas.
Um exemplo da dimensão que o ESG vem tomando pode ser demonstrado em números: de acordo com a Forbes, existem mais de 500 fundos de índice focados em sustentabilidade apenas nos EUA, com mais de US$250 bilhões em ativos.
Impulsionada, em especial pela pandemia da Covid-19, estima-se ainda que, a nível mundial, os ativos globais em fundos ESG ultrapassem a barreira dos US$ 53 trilhões até o final de 2022.
Os investidores estão buscando construir novas carteiras de investimentos visando explorar da melhor forma as oportunidades que a sustentabilidade tem gerado, mitigando os riscos advindos da volatilidade econômica, política e social.
Assim, cada vez mais investidores voltam seus olhares às empresas que fazem jus ao ESG, integrando seus valores éticos para gerar valor em mais campos do que apenas o financeiro.
Busca-se, portanto, fomentar uma cultura corporativa com propósito, que priorize seus stakeholders, seus consumidores, o mercado no qual atua, os colaboradores que fazem sua operação acontecer e a comunidade em que estão inseridos.
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.
Compartilhe:
Quer levar sua empresa para Portugal?
Posts relacionados
Termômetro de maturidade para internacionalização, o que é isso?
Tempo de leitura: 5 minutos Quando uma empresa define que...
Ler mais arrow_right_altExplorando o potencial do mercado de produtos orgânicos em Portugal
Tempo de leitura: 4 minutos O mercado de produtos orgânicos...
Ler mais arrow_right_alt