Escassez de mão de obra em Portugal
Com o reaquecimento da economia, o número de empregos voltou a crescer em muitos países da Europa, entre eles o preferido pelos brasileiros para moradia: Portugal. Hoje, o que vemos é uma escassez de mão de obra em Portugal, nos diversos setores. Entre eles, estão a hotelaria e a construção civil.
A estimativa é de que faltem 15 mil trabalhadores nos hotéis, segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). O levantamento da entidade, apresentado no início de novembro, indica que a maior demanda é por funcionários para recepção, copa e cozinha.
Uma pesquisa da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas do país aponta que 63% de suas empresas associadas sofrem com falta de pessoal.
Como a pandemia afetou o mercado de trabalho português? E como aproveitar as novas oportunidades criadas pela escassez de mão de obra em Portugal? Neste artigo, esclarecemos algumas dúvidas a respeito do tema. Confira!
CENÁRIO PÓS PANDEMIA
Os setores mais afetados pela falta de mão de obra em Portugal são hotelaria, turismo, mobiliário, construção, agricultura, restaurantes, bares e cafés. Os proprietários das várias empresas nesses setores acreditam que um dos motivos para a escassez de profissionais tenha sido a insegurança e instabilidade que surgiram no início da pandemia.
As pessoas que trabalhavam nesses setores no começo da pandemia, logo viram que seriam muito afetadas e começaram a buscar emprego em setores mais estáveis. O salário mínimo baixo em comparação a outros países europeus, a queda demográfica dos últimos 10 anos e a falta de mão de obra com qualificação elevada ou experiência na área, também são razões que explicam o cenário atual.
Houve uma queda da mão de obra imigrante, pois a pandemia diminuiu os fluxos internacionais de trabalhadores vindos de outros países, que habitualmente tinham ocupações com salários mais baixos e menos procuradas pelos trabalhadores portugueses.
Além disso, aumentou também a procura por profissionais da área de TI. Portugal tem a intenção de se tornar “mais digital” nos próximos anos, e sentiu uma pressão nesse sentido quando a pandemia obrigou muita gente a trabalhar e realizar burocracias a partir de casa, usando a internet.
Então, há vagas para cerca de 15 mil profissionais de TI no país, além de outras vagas relacionadas ao mercado digital.
Os brasileiros interessados em se mudar para Portugal, podem começar a trabalhar remotamente, ainda no Brasil (quando o cargo permite), até conseguirem o visto de trabalho para se mudarem para o país. As empresas estão cientes de que essa é uma das melhores formas de preencher suas vagas com os bons profissionais brasileiros, e todos saem ganhando.
EMPREGO E RESIDÊNCIA
Após chegar a Portugal com o visto de turista, brasileiros podem ficar no país por até três meses. Após estar empregado, o indivíduo pode dar entrada no pedido de residência temporária, que é válido por dois anos e pode se tornar permanente (com um tempo médio de espera de dois anos para aprovação).
Essa forma de entrada no país é muito comum, mas o caminho ideal é buscar um visto de residência para fins de trabalho já em um consulado português no Brasil. Isso evita que empregadores possam agir de má-fé com imigrantes, prometendo contrato e não cumprindo.
Além disso, algumas pessoas vão para Portugal e, no desembarque, não conseguem comprovar que são turistas e nem que têm algum vínculo, podendo ter problemas com deportação. Por isso, buscar assessoria é sempre importante.
BUSCANDO NOVAS OPORTUNIDADES
Para encontrar um emprego, o estrangeiro pode acessar sites com ofertas. O governo português divulga vagas por meio do site do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). No portal, é possível se inscrever e entrar em contato com os empregadores. Há, também, divulgações de ofertas no LinkedIn e em sites como o Sapo Emprego e o Jooble.
A pessoa deve entrar em contato com a empresa portuguesa pretendida e pedir que o empregador forneça a esse pretendente uma espécie de certidão, declarando a intenção de contratá-lo. É esse o documento que será apresentado na hora da entrada no país e também no momento de solicitação de residência.
Estando regularizado, o brasileiro recebe uma autorização de residência com prazo de validade, normalmente, de um ano, que foi ampliada para dois durante a pandemia.
Quando chegar o momento de renovar sua autorização, o estrangeiro precisará apresentar um novo comprovante de que está empregado ou de que possui meios suficientes para se manter no país. Depois da primeira renovação, a reapresentação dos papéis ocorre de dois em dois anos (ou de três em três, durante a pandemia).
Com cinco anos de residência, é possível alçar ao status de residente permanente, quando a renovação passa a ocorrer de cinco em cinco anos e há uma flexibilização nas exigências – não é necessário, por exemplo, comprovar vínculo empregatício com uma empresa ou meios de subsistência.
Possuindo a autorização para residência permanente, pode ser feito o pedido de cidadania portuguesa, quando já não há mais nenhuma demanda de renovação de visto.
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.
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