Como um Processo de Inovação pode Elevar as Chances da sua Empresa na Europa
Ao longo dos últimos meses tenho escrito alguns artigos sobre inovação e sobre as possibilidades que temos, diante das transformações do mundo, em realmente empreender entregando uma proposta de valor que faça diferença para as pessoas. Sou Benício Filho, Country Manager da Atlantic Hub no Brasil e em conjunto com Eduardo Migliorelli, Thiago Matsumoto e Nelson Correa Leite Junior, fundamos esta que é, hoje, a principal ponte em Brasil e Portugal. Tenho muito orgulho de fazer parte deste time.
Ao longo de 25 anos já empreendi diversas vezes, mas confesso que poder auxiliar empresários e empreendedores brasileiros a ganharem o mundo com o nosso DNA instiga cada dia mais minha vocação empreendedora, deixando claro que, para mim, essa é minha missão.
Este artigo nasce da jornada que construímos dentro da Atlantic Hub, auxiliando empresas brasileiras a iniciarem uma posição fora do Brasil, a partir de Portugal. Em nosso blog você encontra diversos conteúdos sobre os principais motivos de termos escolhido Portugal, em especial, os artigos que falam do nosso programa Ignition. Mas hoje, gostaria de aprofundar com você uma reflexão sobre inovação. A questão central que gostaria de provocar é a seguinte: Um processo claro de inovação dentro da sua empresa aumenta exponencialmente as chances de sucesso deste empreendimento fora do Brasil. Mas por que é tão complicado mostrar ao empresariado brasileiro o real valor de inovar?
Acredito que a maior dificuldade dos empresários se dá em compreender como acontece a inovação dentro das suas empresas. Muitas nascem de uma ideia ou ainda de produtos ou serviços que surgiram resolvendo um ou mais problemas em um determinado momento da história da companhia. O que ocorre, no entanto, é que com o passar do tempo, caso não haja inovação real neste processo ou neste produto, a concorrência com soluções melhores ou ainda obsolescência recairão sobre essa companhia e o fim, nós já sabemos. Ou, então, teremos a tão temida guerra de preços, afinal, com muitos concorrentes o normal acaba sendo a redução das margens de lucro ou no pior caso, fechamento mesmo do negócio. Mas, como sair desta armadilha?
Em primeiro lugar é importante entender como a dinâmica da inovação ocorre. Na figura abaixo você pode perceber três estágios de inovação:
Inovação Incremental, que deve ser compreendida como melhoria contínua. Este é um processo que deveria ser rotineiro, frequente e automático. Neste modelo de inovação, precisamos ter em nossas empresas mecanismos para avaliar, aprender, testar e implementar melhorias contínuas nos produtos e serviços que já estão no mercado.
O foco nesta dinâmica de inovação é a redução dos custos e a melhoria na entrega e na percepção de valor dos clientes que interagem com este produto ou serviço. Um exemplo de inovação incremental são os ajustes em modelos de produtos já existentes, tal como aumento de potência, cores diversas, novas opções ou customizações. Melhoria de processos ou realinhamento de fornecedores para a consequente redução de custos.
Inovação Radical, bem mais complexa que a citada anteriormente, não nasce da redução de custos ou de pequenos ajustes. Nesta dinâmica de inovação podemos ou não ter algo completamente novo. Tal produto ou serviço nascente desta inovação, em alguns casos, pode ser até disruptivo, ou seja, criar novos mercado, mas isso, porém, não é o objetivo fim desta dinâmica.
O importante aqui é compreender que apenas em empresas com organização e abertura para a inovação tal dinâmica acontece e possibilita o surgimento de novos modelos de negócios. A esteira de inovação capaz de criar inovação radical deve estar alicerçada em PESSOAS, PROCESSOS e MERCADO. Ou seja, compreender as necessidades das pessoas, ter processos que levem novos conceitos e ideias a validação e a consequente aceitação ou não pelo mercado de tal inovação.
Um exemplo de inovação radical foi a criação das cápsulas de café expresso que a Nestlé desenvolveu. Tal produto era concorrente direto dos demais produtos que a Nestlé tinha, no entanto, a marca desenvolveu um novo mercado com um produto que naturalmente assumiria uma parte dos seus clientes. Esta nova linha de produtos, em menos de cinco anos, tornou-se uma das áreas mais lucrativas da Nestlé.
Inovação Sistêmica apenas pode ser gerada em empresas que estão completamente conectadas com os consumidores, mesmo que eles não sejam seus clientes.
Compreender possíveis tendências baseadas em comportamento não são atribuições para divagações. É possível perceber mudanças comportamentais e criar produtos ou serviços derivados destas mudanças.
Afinal, quem pensaria que as telas sensíveis ao toque popularizadas nos smartphones da Apple dariam espaço a um novo segmento de mercado e a consequente criação de toda uma indústria? Esta nova onda de mercados transformaria a indústria da música e das nascentes aplicações e soluções baseadas em aplicativos. Inovação Sistêmica não se baseia apenas em processos, mas sim em pessoas que analisam comportamentos, compreendem sentimentos, desenvolvem soluções e testam em pequenos mercados fazendo os ajustes necessários.
Dessa forma, a inovação precisa ser o pilar na construção dos negócios. Ao longo dos anos, vimos empresas surgirem, crescerem e morrerem. Mas por que algumas perduram? Inovação é a resposta.
Aquelas que conseguem de forma contínua responder às mudanças do tempo com novas propostas de valor, criam mercados, geram oportunidades e transformam problemas em grandes negócios. Gosto muito do livro Empresas Feitas para Vencer do americano James C. Collins, best seller do mundo dos negócios, ajuda muito bem a compreender porque algumas corporações sobrevivem ao longo do tempo. E quando falamos em internacionalizar negócios, um dos pontos centrais é a inovação.
Reflita profundamente. Como você tem tratado este tema dentro da sua empresa? Se quiser se aprofundar nesta questão, saiba que podemos ajudá-lo.
Gratidão pela companhia.
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