Planejando sua internacionalização
Planejamento é algo que não parece muito comum para nós brasileiros. Foram tantas mudanças econômicas, diversas alterações de cenários ou ainda crises das mais variadas formas e origens. Falando em crise, tenho certeza absoluto que vivemos a maior delas advinda deste vírus que me faz lembrar uma ducha de banho que em minha infância fazia um sucesso danado. Fico até pensando em alguns momentos que este vírus realmente veio para lavar muita coisa assim como aquela ducha. Falando de planejamento, vejo que temos uma bela oportunidade em se tratando de elaborar um consistente planejamento para internacionalizar nossos negócios. Gostaria neste artigo de refletir um pouco sobre como você pode elaborar este processo em sua empresa e em seguida iniciar os passos para enfim ter uma base fora do Brasil reduzindo assim a exposição a crises e ainda criando uma nova forma de acessar o mundo com seus produtos e serviços.
A primeira reflexão que faço recai justamente ao ponto essencial quando se trata de internacionalizar uma empresa. A questão inicial e central é: Será que sua empresa tem mesmo um produto ou serviço que pode atender a consumidores fora do Brasil? Será que os problemas que resolvo com minha empresa através do que ofereço encontra a mesma aderência fora daqui? Faço esta reflexão com você justamente por que antes mesmo de fundar a Atlantic Hub com meus sócios, eu já fazia analise de negócios inovadores as chamadas startups para fazer investimento nas que em minha visão eram as melhores. Em uma empresa que nasce com pilares de cultura de startups, inovação deve ser a base para todos os processos e todas as abordagens. Interessante pensar assim pois como descrevi é teoria o que vemos na pratica é que muitas empresas mesmo as que se dizem ser startups são tudo menos inovadoras.
Tenho um produto ou serviço para o mundo?
Foram centenas e não dezenas de vezes que ao analisar um modelo de negócio, construído a partir da paixão daquele empreendedor eu me deparava com um modelo velho sem inovação. Quando falamos de resolver um problema real com nossos produtos ou serviços podemos ter tudo menos paixão. Precisamos do crivo do cliente para dizer para nós se realmente ele precisa do que oferecemos, se ele irá comprar o que queremos vender e melhor ainda se ele indicará a alguém após sua experiência de do que oferecemos ao mercado. Fundamental então antes de iniciarmos qualquer processo de internacionalização é saber realmente se o que temos como produto ou serviço faz sentido fora das nossas fronteiras.
Atender a outro mercado mesmo que regionalmente em nosso país já é um enorme desafio, pensar então em atender outros países esbarramos em questões muito mais complexas do que apenas a moeda, cambio, logística etc. Atender consumidores em outras nações pressupõe compreender a relação regional com nossa oferta, como tradicionalmente eles utilizam o que quero oferecer, e neste ponto nos confrontamos como as pessoas lidam com o problema que estou propondo uma solução. Lembro que recentemente em um dos nossos estudos de caso para compreender a viabilidade de um projeto, nos deparamos com algo bem maior do que inicialmente pensamos ser o maior desafio. Imagine você em um primeiro momento a solução deste cliente automatizava a relação de uso entre usuários de academias e o consumo de alimentos com valor nutricional especial para eles ou ainda suplementos alimentares.
No avanço do estudo de aderência deste produto no mercado, percebemos muita demanda e mercado interessante. Eles utilizariam uma nova maquina de auto serviço. Interessante uma vez que existia o mercado e havia interação do cliente com o produto como também existia demanda. Por que então a opção da empresa foi abortar o projeto de internacionalização para a Europa a partir de Portugal? A questão é que quando realmente é elaborado um estudo de aderência ao produto ou serviço que se quer ofertar, cria-se duas situações:
A primeira é que você tem mercado a explorar e seu produto ou serviço tem sim a possibilidade de internacionalizar bastando compreender as questões locais ligadas a cultura do consumidor, relação dele com a empresa e demais linhas praticas do processo de acesso a um novo mercado.
Leia também: Inovando para internacionalizar
A segunda questão é que agora você tem em mãos uma possibilidade real e aí? Sua empresa está pronta para isso? Em nossa experiência percebemos que poucas companhias realmente quando despertam para a possibilidade de internacionalizar estão preparadas para isso. Em sua grande maioria elas despertam para esse processo por algum desejo do fundador ou alta liderança de mudar do país. Organizar um processo de internacionalização planejando suas etapas e criando condições para o êxito desta empreitada é raríssimo por aqui. Como podemos então contribuir para você no processo de internacionalização do seu empreendimento?
Construindo base para internacionalizar a partir da inovação
Como abordamos nos pontos anteriores, internacionalizar exige um processo consistente e organizado a partir da aderência do seu produto ou serviço ao mercado pretendido. Se seu desejo for internacionalizar para a Europa podemos ajuda-lo. A partir de Portugal, podemos fazer um estudo que analisa a aderência do seu produto ou serviço trazendo por exemplo no resultado da analise informações bem interessantes sobre o mercado, concorrência, marcos regulatórios, linhas de financiamento etc. Em posse deste documento, você já saberá as reais chances que seu produto ou serviço tem de desbravar o velho mundo. Caso tenha interesse em fazer este estudo, basta clica no link abaixo e saber mais como funciona o Market Fit. Nosso estudo de análise e aderência de Portugal para o mundo.
Teve aderência ao mercado Europeu a partir de Portugal? Bem fico feliz quando o resultado é bem favorável em termos de chances de sucesso. Começamos agora a fase mais importante. Nesta fase, você precisa ter claro quem será o líder deste processo. Líder realmente. Primeiro por que esta liderança precisara se mudar para Portugal. Ele literalmente irá mudar de vida. Estranho se ele não fizer caso tenha com a família. O ideal é que este líder tenho como projeto de vida este processo de internacionalização. Definido o líder passamos para a fase de olhar a empresa por dentro. Mergulhamos nos processos da empresa local para construir a estrutura necessária para a melhor aderência ao mercado pretendido. Em muitos casos, nasce uma nova companhia deste processo. Verificamos que a base inicial do outro país acaba sendo a unidade com maior teor de inovação renovando a empresa local e literalmente criando novas forças, novos olhares sobre o mercado e novas abordagens a problemas antigos.
Nesta construção, definimos a melhor estratégia, dinâmica de acesso ao mercado, criamos um plano de negócios especifico para esta operação sempre em conjunto com a liderança, cocriamos uma nova proposta de valor e na pratica a validamos. Nesta fase, já percorremos mais de dez semanas de árduo trabalho culminando com o desembarque do time definido em Portugal. Estando em Portugal com tudo construído iniciamos a fase de validação da proposta de valor em prospects para a compra do produto ou serviço, parceiros estratégicos de negócios e ainda investidores públicos e privados para eventuais linhas de financiamento ou ampliação da capacidade instalada.
Confesso que é uma jornada instigante e emocionante. Ressignificar a empresa local e construir as bases para este processo de acesso ao mundo não é algo simples. Exige planejamento, foco e ação. Nos últimos cinco anos atuamos fortemente nesta vertical auxiliando empresas brasileiras neste processo.
Se quiser saber mais como fazer parte entre em contato conosco ou pesquise em nosso site o programa Ignition ou Scale Out.
Sobre o autor,
Benício Filho.
Country Manager Brasil da Atlantic Hub.
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela UNIFESP em Neurologia Oftalmologia na área de Empreendedorismo e pós graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 300 eventos (número atualizado em dezembro de 2019). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul) bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas”.
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